Meu Poema de Fim de Festa
Quando você amanhece e percebe que seu alvorecer já
foi embora, dá um
sorriso amarelo e finge que não sabe...
É bem assim, como quando a festa acaba e você ainda
está sozinho, apesar do
perfume, da roupa cuidadosamente escolhida, da expectativa; ela
nem ao
menos sentiu sua presença...
Voltar pra casa com aquele gosto triste de fim de festa, apagar
a luz do
quarto e sentar-se na cama para ouvir a sinfonia silenciosa da
madrugada.
Sentar-se no banco da praça com aquele seu amigo que um
dia sonhou com a
glória, mas agora toca seu velho violão sozinho,
com o sapato furado, o
cabelo encardido e aqueles mesmos olhos tristes que você
ontem viu no
espelho.
É como admirar a inocência de um cão,
A liberdade de um mendigo,
A solidão complacente de um velho,
A incapacidade imutável de um aleijado.
Tudo isso porque você foi despertado do seu sono, no momento
da conclusão
de seu sonho, e esse riso forçado celebra a triste realidade
de se estar
só, no fim de sua última festa.
Edgar Franco
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