Insetos que cantam...
Parece que as sombras se amam
nos cantos escuros.
Como versos livres
— ao toque dos tico-ticos —
as flores que caem...
Cartões de Natal
coloridos, tão iguais!
Mas este, ah... o amor...
A serra vernal
sob o céu de minha pátria.
Lembro Monalisa...
Gaiola no muro.
Filhote de gato ensaia
primeira caçada.
Na tarde sem sol
folhas secas projetando
sombras em minh’alma.
Na velha pedreira
o vibrar de britadeiras —
zunir de cigarras.
Boneca se aquece
com o meu chapéu de lã.
Eu visto saudades.
Apito de fábrica
A poluição é o tempero
da marmita fria.