A língua,
vermelha como convém aos excitados,
tempera tua carne.
Seus humores fecundam pêlos,
buscam furnas
até o incêndio dos gritos.
Depois
a língua retorna a água da boca
rumina pomares.
Do livro: "Pomar de águas", Kugler Artes
Gráficas, 1993, PR;