Os olhos suplicam amor,
com toda graça.
Amor efêmero e febril,
de humana raça.
Amor descartável,
de veracidade escassa.
Antes, entre sorrisos sedutores,
se disfarça.
Com o cinismo mais convincente
da praça.
Contra seu peito estorricante
me enlaça.
Devora com fome animalesca
sua caça.
Para, depois, abandonar a abutres
a carcaça.
Faz com que o amor feito
se desfaça.
Sob seus pés seguros de partida
me amassa.
Indiferente, com seu passo manso
por mim passa.
Minha felicidade absoluta
e devassa...
Minha mais completa e total
desgraça...