Não farei mais versos de amor,
não cantarei esperanças num mundo perdido.
Esquecerei os sonhos, as paixões
e não mais serei o satélite do romantismo.
Não me importarei com as guerras
e as injustiças não me revoltarão:
serei indiferente aos episódios do cotidiano.
Não me importarei com a tua ausência,
não sentirei saudades,
não te amarei mais:
— nem sequer lembrarei de ti.
Seguirei meu caminho
espelho da dor,
mas serei Atlas, Hércules
como o poeta fingidor.
Do livro: "2º Catálogo
da produção poética impressa nos anos 90", Blocos,
1997, RJ
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