Quem ler os versos meus onde há certa tristeza
e certo desencanto suave e contafeito,
poderá num momento pensar, com certeza,
que trago inutilmente um coração no peito! . . .
E que vivo afinal inquieto e insatisfeito
de paixão em paixão . . . de surpresa em surpresa;
— como um rio a muda o curso do seu leito
sem saber aonde o arrasta a própria correnteza!
E acertará talvez, — pois falta essa mulher
que consiga escrever seu nome em minha vida
sem deixar no passado outro nome qualquer . ..
Falta-me um grande amor. . . Falta-me tudo em suma!
E sinto a alma vazia, estranha e incompreendida
por ter amado tantas sem amar nenhuma!