Fazem o prazer as coisas que o jejum provê,
paz ãqueles que as calçadas guardam.
Densos verdes de copas sempre estáveis,
espáduas tatuadas em fumo denegrido
e o prestígio das fachadas porque antigas.
Sombras e alamedas, trêmulas arcadas,
úmidas carícias a porejar das axilas,
confluência de desocupados, exalação de rotinas,
o olhar retido na floração azul da tarde.
Veste-se de cetim a venerável praça
em seu ensimesmado palco.
Sarças e espinhos
limitam as ruas, abafa o trânsito a esbelta
transfiguração do mar movente. Um palácio
de rosas completa o programa da esquina.
Do livro: "Ilhíada - uma trezena lírica",
Editora Athanor, 1995, SC