Alma de poeta
Sentir amar
viver
e respirar
o sonho
querer voar
imaginar
o azul, a luz
o outro
lado
Ver a pérola
crescer
dentro de si
ao pintar
fantasias
inacabadas
Sumir
por entre as
aléias de flores
murchas
por entre
as platéias
de horrores
e bruxas
Pensar em
ver o mundo
e acabar
olhando
fixo
para o chão.
Alma de poeta
não se amarre
tanto
não se segure
assim
Pense
na estrada
no chão, nos
contornos
internos
de mim
E na luta
constante
que travam
a lama
e o jasmim...
II
Hoje tenho
alma de poeta
daqueles que
muitos rotularam
queimaram
em fogueiras
mataram
para reverenciar
depois
E me sinto assim
franzina
pequena, pobre
e divina
com um jeito
de menina
menina que já
viveu
sorriu chorou
e aprendeu
[sagrado estado]
Mas de que vale
esse jeito?
[é pergunta já madura]
tal como
perguntar ao
beija-flor
se ele beija
[a flor]
para encontrar
doçura
Eliana Mora
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