Estou sentindo uma dor aguda aqui no peito...
De onde vem?
Para onde vai?
Vai demorar muito?
Pouco? Ou veio para ficar?
Olho pela janela (do tempo) e vejo ,
a fina chuva que cai incessantemente;
homens de sobretudo, capuzes, galochas,
mulheres de guarda-chuva,
correm e se escondem sob as marquises.
A vida segue seu ritmo
zunindo na buzina de um carro,
no choro de uma criança,
na semente que precisa
desta chuva para germinar.
A vida segue. Todos seguem O tempo passa
e ninguém sabe desta dor
que me maltrata.
(...)
Agora, a chuva parou, passou
— Mas, e a dor...? — A dor? Esta continua...
Por que não vens e leva-me deste
cubo, cubículo que me aprisiona e sufoca???
Vem! Liberta-me para que eu possa alçar as asas do vento
e adentrar outra dimensão.
Estou sentindo uma dor aguda aqui no peito...