Não, nada de pedidos
Não me peçam culpas,
Nem desculpas
Quem vive rápido
Morre rápido
Somos corajosos
Somos covardes
Diante do dever
Corajosos
Entre a vida
Entre a morte
Somos covardes
Heróis
Que me perdoem
Mas hoje estou
No dia de lutar
Pela vida
Já olhei tudo
As selvas de pedra
A pedra de selva
Tenho medo
Por isso não sou
Covarde
As câmeras?
Metralhadoras
Aquele cano preto
Desumano
Aquele cano preto
Documento
Da beleza, da miséria
Do amor, do desamor
Da denúncia visual poluição
Sonora defesa e acusação
Isto é cinema.
Nada de muito papo
AÇÃO.
Norma Bengell
Do livro: "Mulheres da Vida", org. Leila Míccolis, Vertente Editora, 1978, SP