Negras ondas nos jogam
aos rochedos das horas,
de nós mesmos ficamos órfãos
longos dias, noites imensas.
Ah! Pobres presas.
As mãos sangram,
colhemos lições
na cinza das flores mortas.
Facas são trilhos
no universo de tantos caminhos,
amanhece.
As mesmas ondas vão embora,
o mar se acalma,
sobre(vivemos)
até outra tormenta.
Há fotos de pássaros mortos
por onde andamos,
donos de nada somos
nem de nós mesmos.