O homem arou a terra
e mês a mês deu o ouro
das espigas ao Rei.
Pardais cantam no campo.
Olhando os espantalhos, o homem
sonhava com espigas
crescendo no celeiro do Rei.
Chega o dia, o Camponês
guarda a foice. Vai buscar as espigas
no celeiro do Rei.
(Não contava o pobre, o pobre camponês
com os ratos no celeiro
do Rei).
Do livro: "Saciedade dos Poetas Vivos", vol. III, Blocos, 1992, RJ