Sete cravos na boca sete esporas
sete bridas no chão sete desvelos
sete crinas azuis sete relinchos
sete espigas de milho que pendoa
e caí em grandes cachos de setembro,
ai não poder jogar, minha égua em pêlo!
Ai não poder correr como o chicote
atrás do que mais côncavo amacia
e impele tua cola. São espelhos
de jorro cristalino ou balneários
de pano verde e jogos fesceninos?
Ai não poder te dar, tordilha mansa
o torrão de carícia que enrubesce
a ponta adocicada de meus dedos.
Do livro: "Tábua de marés", Tempo brasileiro, 1965, RJ