São dois pianos
Que se respondem em igual cadência
Recheiam o sábado do chão abjeto
Sem apalermada animação
No esquecimento da sola rima
Feijão com pão, pão com feijão
Pousam as notas feltro veludo
No verde musgo
Na perfeição
Os dois pianos se dialogam no som das notas
de Porcelana, fogos e rosas, sidéreos ecos
Velhas canções, linhas e rimas
Os dois pianos se dialogam, antes do
monólogo diapasão
Do livro: "Um guarda-sol aberto para um mergulho", Ed. da autora, 1984, RJ