Não é necessário apelar
Para o consultório sentimental
De Dona Possidônia
Para saber que amor perdido
Perdido vai
Inútil se torna perturbar
Os astros influentes do zodíaco
Para aprender
Que é preciso esquecer
Sem tardar
Sem tardar
Acaso o manual dos desiludidos
Do amor
No capígulo dez
Dirá a fórmula eficiente
Para transformar o coração
Em pedra ou mar
Não adianta invocar
O valete de ouro do Mago Aryman
Nem aguardar o rei de copas
Em oportuna aparição
Para saber que outro amor virá
Em tempo hora e lugar
Basta dizer
tá quieto
tá quieto
E o amor fica quietinho
esperando.
Do livro: "Surdina do contemplado", José Olympio, 1958, RJ