A ostra medita
em ares sem fala:
Mistério de vida
trancado na jaula.
Não há neste cofre
um canto que embala:
É mudo o fio
que tece na alma.
A ostra consome
a própria saída
na casta armadura:
Oferta e magia
E morre sabendo
que a vida existia.
Rio, 1964
Do livro: "A palavra cerzida", José Álvaro Editor, 1967, RJ