O fantoche obedece cegamente
ao comando do manipulador:
um tempo de sorrir e estar contente,
um tempo de chorar e sentir dor.
Mas, a face não muda. A gente sente
olhando em seu olhar, seja o que for
de morte e solidão, a inconsistente
vida a que uma outra vida dá calor.
O homem dos fantoches é um sucesso:
— Distinto público, eu agora peço...
(Silencia a ululante patuléia).
A lágrima e o sorriso controlados
nos cordéis habilmente disfarçados.
(Os fantoches no palco ou na platéia?).
Do livro: "Os dias e as noites", Clima, 1979, RN