Espelho côncavo apontando ao céu...
milagre e magia unidos ao mesmo tempo.
Sob a lua cheia do mês de dezembro
vejo o nascimento de antigas vidas,
que vivi no Egito, na Arábia, na Índia...
Fui monge, odalisca e forte guerreiro,
fui chefe dos nômades, que dissipou sua vida,
em vinhos, em jogos e piratarias.
E foi no deserto, sobre as areias, no século sétimo,
que entreguei minha vida e salvei meu povo.
Meu povo era nômade.
São essas lembranças que preenchem minhas horas,
quando, diante do espelho, volto ao meu passado,
lembro tantas coisas, com tanta veem6encia,
que quando termina a noite de lua,
descubro no espelho, montanhas de areia...
Do livro: "O homem e Deus", Centro Filosófico Delfos, 1985, PR