da vida quero tudo: ávido caule
preso à sua terra e ao seu desgaste
da vida nego tudo: injusta soma
colada em minha pele em dura lama
da vida espero tudo: um ritmo morto
parcela do sofrer, um ovo choc
da vida quero a perda: e a seda exata
a roupa de minha treva exposta ao nada.
Da revista: "Poesia sempre", nº 5, Fundação
Biblioteca Nacional, 1995, RJ