Quando eu falo, não falo o que quero.
Não dai do zero: repasso o tema.
Quando termino... Um espanto!
Como por encanto,
nasceu o poema.
Dizer que meu poema é só meu
faria de mim um ateu.
— Eu abro a boca e a voz sai,
disse aquela cantora,
— eu sou apenas a amplificadora!
Do livro: "Manga com Leite", 4C Gráfia e Editora, Ltda., 1998, SP