Senhor, estou em dúvida.
Em dúvida, se posso ter a própria dúvida.
Posso, Senhor, duvidar da própria dúvida?
E, se for assim,
onde ficarão as minhas certezas?
Cada vez que busco a verdade,
sinto-me como a criança que, estendendo a mão,
até fecha os olhos, sorri,
e sabe que outras mãos estarão à sua espera.
A minha certeza, Senhor,
és tu.
Mas, há um caminho a percorrer.
Não consigo ver, como tu vês.
Não consigo ouvir, como tu ouves.
Não consigo sentir, como tu sentes.
E, quando fecho os olhos,
desperto a criança que dormita em mim.
Na paz de quem duvida em paz,
sinto que são meus os momentos
em que paz e a dúvida se harmonizam.
Afinal, quem me disse que não duvidastes um dia?
E, na dúvida,
sou eu quem te dá uma certeza:
não duvides de mim.
Ama-me, como sou:
Com minhas dúvidas e com minhas certezas.