Adelina,
os alquimistas estão sempre no corredor.
E te vigiam.
Mas eles não sabem, que a tua harmonia inteira,
saberá por onde andou...
Não!... ao recesso da alegria!
Segue o teu roteiro,
pega a tua guia,
ninguém desconfia, Adelina,
da extrema lucidez que te agonia...
No alto do céu de azul, entre estrelas,
algum astronauta te advinha,
e ri do mundo inteiro...
Com seu olhar de vidro, Adelina,
irá refletir o lado escuro,
e torná-lo claro dia...
Vai, Adelina...
A tua lenda te advinha,
a história, mesmo que maldita,
te perdoa.
Vai e anda contra o vento,
pra ver o que ele traz,
e solta teus cabelos...
Voa, Adelina,
derrama um beijo no infinito.
Os alquimistas ainda estão no corredor.
Bom dia, Adelina.
Ah! Como não sei aquilo que pretendo!
E se pudesses ver a mim, que passo com meus conceitos,
por tuas manhãs de pinturas e silêncio, no teu amor de
amar doente?
(eu, que também silencio diante da grandeza que surpreendo!)
O que te fez o inconsciente?
Qual razão absoluta tu mergulhas?
Como pode enunciar-se,
no lampejo da tua juventude,
o escuro conflito que brinca de estar em ti,
a te causar danos ao corpo,
quando tua ira irrompe,
noite adentro,
sobre seres imaginários
e objetos que cortam?
Que mal estrangula o gato em tua tela,
sendo apenas pano e tinta, sendo apenas um mundo inteiro de mentiras
e
promessas, sendo apenas gato,
mesmo sendo instrumento?
Eu te comprimento, Adelina.
Sobre meus livros e teoremas,
eu passo e te comprimento.
porque ser tão acadêmico o sentimento,
quando passo e te comprimento?
E eu, nudez em alma e ciências contraditórias,
quero ainda ver um quê, no imponderável do concreto!
Eu, por ser alguém,
porque razão não te abro e te desperto?