Misturado na confusão da multidão;
Na imponência dos teatros;
Na loucura do metrô, no linear das ruas e das avenidas
No charme do concreto
Tudo é New York.
No caminhar apressado, no cristal de neve que pousa suavemente no sobretudo
de lã,
Nos milhares de estilos, nos rostos pálidos e coloridos;
Na chuva que castiga as ruas,
Tudo é New York.
Liberto entre a magnitude da metrópole
Arquitetura brilhante e imponente;
Beleza poética de arranha-céus, de monumentos que evocam
à liberdade,
Mescla de costumes, de crenças, de pátrias,
Tudo é New York.
No olhar imigrante,
No sorriso corajoso,
Na lascívia da noite,
No silêncio das vozes de newyorkers,
No amarelo dos carros,
Tudo é New York.
Nas vitrines de sua Madison, de sua Quinta Avenida,
Personalidades marcadas pelo vestir do glamour,
Pelo turismo do cartão de crédito;
Pela junk food, pela delivery;
Pelo caos das sacolas, dos sinais de prosperidade,
Tudo é New York.
Na tranqüilidade do parque
Fuga da agitação diária, da loucura à serviço
do trabalho;
De eremitas fardados com Armani
Corações vazios, escravos da metrópole.
Tudo é New York.
Tal qual uma pintura moderna, a convivência pacífica do
novo e do velho;
Na escolha tranqüila das gravatas em uma loja de departamentos
por um ator famoso
No balançar de seus trens, na espera momentânea em suas
estações
Harmonia de ricos e pobres, anônimos e famosos,
Tudo é New York.
Retrato musical quase bibliográfico
De menestréis do Harlem
De claquetes em cena, de passarelas
Extravagantes no desfilar pelo Soho, pelo Village,
Atores de um palco mundial
Somos todos New York.