SHERAZADE
Pudesse eu,
de alguma forma,
modificar a minha íntima estrutura de mulher...
Ah, esta ambigüidade me alucina!
Não saber nada,
absolutamene nada,
apavora, amedronta.
Maldito cotidiano psíquico!
Deixar-me assim,
toda por todos os mins.
Minha vontade. Minha imaginação.
Pedaços de mulher. Espelho de sonhos.
Ah!, quantas e quantas vezes,
ainda,
Sherazade de mim mesma!
Sandra Falcone
Do livro: Retraços de mulher, Lemos Editorial,
1998, SP
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