Angra é um paraíso subserrâneo.
Rios, matas, cachoeiras, verdes mares, céu azul,
Formam um mosaico multicolorido
Onde se avalia a obra do Criador.
Bela obra, hermético projeto...
Grande ilha esconde o oceano
Que concebeu a baía onde nascemos.
Serras e mais serras nos roubam o espetáculo
Do subir e descer do sol nos horizontes.
No sunset, no sunrise, you can get here
Only sun, and mountains, and a wonderfull sea
Mas eu quero, e hei de ver o crepúsculo, em céu angrense,
um dia.
Não o alaranjado sobre o Morro do Abel,
A visão, da Monsuaba, de um coral distante,
Ou nuances coloridas na Mambucabinha.
Não!
Quero a explosão do espectro eletromagnético
Segundos antes do fatal mergulho
Na linha do horizonte, em sensual orgia
Até que seja círculo, e arco e ponto e linha,
E semente da explosão ao fim de um novo dia
Nem que tenha que subir a colossais alturas
Ou me embriagar, e a mente ir sozinha
Hei de ver, e dizer, com orgulho, à minha filha:
— Hás de ver o crepúsculo, em céu angrense, um
dia.