Naquele fim de tarde, enamorados,
sonhando os dois, os corações unidos,
vimos, na praia, ao longo, envelhecidos,
uns barcos de madeira, abandonados.
— Quantos de nós — disseste — malogrados,
não sentirão seus corações traídos
depois de tantos anos bem-vividos,
tanta esperança, sonhos descuidados?
Disseste!... Mas, meu Deus, que viravolta!,
sem te lembrares mais daquela cena,
partiste como um barco que não volta.
Confiei demais em ti, despreocupado,
porque tiveste pena, muita pena,
daquele velho barco abandonado!...