Canavial
Um mar sem esperança mata,
com gosto de sal
os sonhos que rolam pretos
e secos nas fendas
das faces feridas de sol
Um céu em chamas queima
a doçura das nuvens de algodão
que se vão
No horizonte sem monte
um colar de garças enfeita
o colo vermelho do céu
e o sol de todos os tempos se deita,
na espreita...
No lusco fusco do deserto verde
da natureza decadente
um beduíno paulista
arrisca
uma risada sem dentes...
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