Se me fecham as janelas, se me batem os portões
Ao encontro dos meus olhos, inquietos corações...
De fronteiras tão distantes em que o sonho é um abrigo
De apenas, por instantes, encontrar um colo amigo.
Onde a vida rios diga sim
A tristeza nos diga não
E a luz dos quintais dos meus dias
Não seja mais que uma mera ilusão
Na certeza de que a fantasia
É a doce poesia da minha emoção.
Recolhi tantas palavras nos caminhos por onde andei
Mas diante de tantas pegadas, do sol escaldante
Silenciei....
Ao ver que ria minha frente, muita gente passou primeiro
Muita luta, muita coragem na história de um povo guerreiro...
Onde a vida nem sempre diz sim
A tristeza nem sempre diz não
E o canto surdo das águas dos rios
Não são melodias que brotam do chão
E as aves que voam dos ninhos
Com toda certeza, jamais voltarão....
Do livro: "Primeira Antologia dos Poetas Internautas",
Blocos, 1997, RJ