Anjos e Pássaros de Meu Amor
Para Carolina, Fábio e Ana Carolina, querubins!
Tanto céu... tanto mar... onde, a luz?
Na noite clara, abrigo de anjos e pássaros de meu
amor.
Imagens e cores que só vejo com o coração.
Asas que planam. O que é e não passa.
Alados, rouxinol, cotovias, querubins...
Amor-saudade, saudade do que mais que amei,
adorei.
Já partidos, anjos que sinto em mim.
Carolina... Fábio... Ana Carolina...
pássaros de meu amor...
cuidam de mim, voam por mim... sim, querubins.
Silhuetas em vôo contra lua a gritar cheia,
planam em noites vazias. As minhas.
Planam e me consolam.
Sento-me, prateado, humilde e apiedado dentro do
luar,
sob estrelas, e sinto asas que, rasgando o negror da
noite,
trazem-me às mãos mimosas réstias de sol.
E embriago-me dessas flores de luz,
bêbado de ausência, trôpego de saudade,
triste como noite maltrapilha...
Opaco o meu entristecer-me,
dói-me tanto este doer do sorrir timidamente para
estrelas...
É quando peço desculpas por estar distante, aqui,
longe demais, vazio dentro da noite,
farto de tanto luar sozinho.
Esta dor não passa, entalhada.
Quase manhã, porém,
o ramalhete de réstias de sol começa a iluminar a
noite.
Pássaros de meu amor...
Carolina... Fábio... Ana Carolina...
sem adeuses,
fostes-me tanto
que continuais sempre mais no menos que estou,
sem fim... sim, querubins.
José P. di Cavalcanti Jr.
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