Musa
Eu quis ser musa um dia,
nem bela, nem triste,
molejo e malícia só,
pano de fundo de uma canção.
Musa das noites das palavras,
espécie de assombração
na contra-mão de um pulso
e corações aflitos.
Sem medir a distância e o desejo,
fui-me vestindo de beleza e certeza
de quem é mais que musa
diluída na linguagem
em sons e imagens
que atravessam o infinito
nas penas de um poema
ou asas de um (g)avião.
Yara de Camargo Daher
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