Da memória
dos teus olhos negros
brotam ausências,
uns não
outro entretanto
nem tanto
pele morena
quanta veemência
canela
amêndoa
do sabor moreno,
séquito temeroso
do naugrágio
doloroso
no vício fatal,
paixão
da velha juventude
marcada pelas dores:
fugiste
ainda abarrotada de amor
perversa e silente
saudade,
ninguém escuta
a tua voz em vão:
sofro lentamente
por saber-te
só minha.
Do livro: "Estalactites do silêncio",
Blocos, 1977, RJ