o tempo não pára
e não me deixa tempo
Não me deixa o tempo
duramente construído
tenazmente edificado
Não me deixa as sobras
das noites sem dormir
do fosfato queimado
das moléculas processadas
Então o tempo não me deixa nada
Deixa-me.
E deixa-me o deserto.
Liliam Rosalves Ferreira
Do livro: "Primeira antologia dos poetas internautas", Blocos, 1997, RJ