— Tendo a terra por único ornamento,
que mau defunto é aquele que, sem nome,
baixa ao fundo mais vil do esquecimento?
Morreu de bala, de velhice ou fome?
— O sino que de longe estais ouvindo
redobra só por quem ninguém conhece,
porque não era ninguém, morreu dormindo
e era o tipo que em vida já se esquece.
— Deixou viúva, filhos, testamento?
— Não tinha a quem deixar, e não deixou.
— Pois há de emudecer sob o cimento
sem sequer um adeus de quem ficou?
— Já lhe foi dito adeus quando nasceu
e não adianta falar com quem morreu.