Por mais que se esforçasse, seu esforço parecia inútil.
Por mais que gritasse, sua voz perdia-se nos ecos siderais.
Nuvens indiferentes uniam-se celeremente para receber a tempestade.
A vida esvaia-se entre raio e trovões angustiados.
Desamor e solidão: suas razões de morte.
No breu do infinito, o céu punha-se de luto.
Nenhuma razão de vida.
A não ser por aquele minúsculo ponto de luz a brilhar,
renitente, nos esparsos espaços entre as nuvens plúmbeas
e ameaçadoras.
Sentiu-se invadida pela coragem da pequenina estrela.
Sentiu-se de novo viva e pronta para enfrentar tempestades.
Orou então, com fé, ao Senhor das Vidas e das Mortes,
grata por ser quem era.
E, enquanto a chuva ia lavando seu corpo, quase profano e suas lágrimas
purificando sua alma, em ascensão, a ultima estrela daquela noite
recolhia-se ao firmamento.
Em gracioso estado de sublimação...