Pequena menina-lua,
Donde vens, amavelmente louca?
Palavra escrita é pouca
Por não definir o sem-palavra,
amor azul que conduz ventos.
Serena diva-lua,
Donde vens, naturalmente verso?
Palavra escrita é falha,
Em que não cabe explicar ávida
Vontade de vida bem vivida.
Sonora trilha de sonhos,
Donde vens, eternamente impávida?
Palavra escrita é cerca,
Em que só os na ponta-dos-pés
Contemplam o amor que é prado azul.
Rara pele cálida,
Donde vens, efervescente e nua?
Palavra escrita ainda é fato
Que dobra ventos nas curvas da lua,
Pára o tempo ao som da voz que geme
Que é rouca.