Malogro

poderia ser um romance, mas serão só poemas
— que os monstros quero imperceptíveis,
as pedras no monturo,
as lágrimas do mar.

Poderia ser uma história, mas os personagens morreram
(nas areias cobertas de espadas sem sangue,
e risos de covardia).

Vou juntar os cabos de prata, o capacete reluzente
e a medalha prometida.
Com as plumas amarfanhadas, tanger os últimos chacais.
E na ambigüidade do estro,
pulverizar todos os capítulos.

                                                                             Ruth Villela

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