As moças que eu conheco
se enroscam como gatas
enquanto lambem as patas.
Curvam todas as retas
e...desconhecem as setas
e sempre avançam o sinal.
As moças que eu conheco
escalam as alturas dos cumes
e exalam os mais loucos perfumes.
São bailarinas profanas,
Meretrizes sagradas.
Tão descaradas.Tão descaradas...
As moças que eu conheco
assoviam para os homens
e se beijam entre si.
Nao ligam tomadas
e desconhecem as bulas...
Por pura gula engolem o mundo
e levantam as saias
e violam as nuvens.
Sao fálicas moças
Falácias selvagens...
Impuras como as águas,
perfeição dos erros.
São aterros femininos.
Tão mocas...
Tão leves!
Engomam o céu das bocas
e cospem tempestades.
Afrodites nuas.
Caçadoras de luas...
Aves fugidias, sombrias.
As moças que eu conheco
são sinais luminosos nas encruzilhadas,
vaginas de nuvens molhadas.
São moças voláteis,
moças ursas,
moças selvagens...
Sinuosas fantasias estendidas
como alvas serpentes nos varais...