Dia Inútil
uma tarde em Sampa
Tarde de sol , passeio sob a luz
Num dia útil — Deus, quanta corrida! —
Só me apercebo que o que me conduz
São rodas pretas sobre uma avenida .
Fico a indagar-me dessa correria,
Que me parece ir prá canto algum.
O alucinado trânsito do dia,
Que ao nada leva e a lugar nenhum.
As mesmas placas — sempre tão mal vistas —
Multas, apitos e faróis vermelhos,
Redemoinhos, repetidas pistas,
A preferência por caminhos velhos
Mas que vontade dá de ver as listas
Dos corações que pedem de joelhos
Por novos sonhos, coloridas vistas,
Dizendo adeus a normas e conselhos!
Silvia Schmid (Humancat)
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