Versos — erva que pasto — fauno triste
do agora amor tardio na morna tarde.
Na corda do viver ligado ao tempo
e os pés no esterco (invólucro da espera).
Da flor o adolescer, o aceitamento
do vôo (moscas em cio na carne em brasa)
e do exercício de remoer, o verbo
escorre em baba e seiva da memória.
Cheiro de feno do infinito aguça
a sede de correr, potro selvagem,
ao pasto de alvos seios intocados.
E ao súbito brotar do ventre (o amargo)
ruminando acalento rompe em canto
do agora amor tardio na morna tarde.
Do livro: "Catálogo da Produção
Poética Impressa nos anos 90" - vol. I, Blocos, 1995, RJ