É inverno!
E o meu coração chora tua ausência...
chora, encharca a rua já tão molhada
não brinda mais à lua embriagada
resplandecendo no meu céu anil...
É inverno!
E eu pergunto aos meus pés gelados
inertes, sem calor,
onde ponho a saudade e essa frieza
que só partiam
quando chegavas como aquecedor...
É inverno!
A escuridão da noite me entristece
padece dentro de mim a nostalgia
toda a melancolia do mundo está aqui...
Mas é mais clara a solidão que chega
me faz companhia
ri do meu frio
e acende o pavio
da tua presença...
E, mansamente, assim...
acende uma fogueira
dentro de mim...