Eu quero tua figura
explorando meu íntimo,
rasgando meu peito
num fogaréu de muitas
línguas.
Eu quero tua cor
ampliando meu horizonte,
ofuscando minha íris
— a negra paisagem
que eu ainda não vira.
Eu quero teu perfume
penetrando minhas narinas
— meus pulmões pressentindo
o aroma da tua pele
indígena.
Eu quero tua voz
aguçando meus sentidos
fazendo vir à tona
sonoridades e timbres
que eu nunca ouvira.
Eu quero tua nudez
despindo meus temores,
celebrando no ato
a beleza
intrínseca.