Não a que vem de mitos nem de lendas
a que traz resquícios do passado
nem mesmo nos bosques frescos do porvir
em que por vezes me hei refugiado
A palavra que decreto jamais escreverei
pois a que tenho escrito — tenho rasgado
por imprecisa, inócua, ataviada
Breve ou não, quero-a brava e exata
espelhando o homem do meu tempo
Busco a palavra em que lateje o presente
a hora que o relógio marca
fim de centúria e de milênio
era superapocalíptica
Nem o transato nem o amanhã
só esta hora mesma e conflagrada
de agora
na palavra em que meu semelhante veja
a sua face
e nosso tempo em meu texto
e diga: está certo, irmã