Ah, Vinícius!
Será mesmo a noite
feita para o amor?
Não é na noite
que a cidade se emudece
enovelando-se na cautela
de um medo
que se pressente presente?
Pois se na noite
tudo se transfigura
e o homem-fera
sai às ruas
na lucidez de agonia e morte.
As portas se cerram
hernéticas e guarnecidas.
Fora, ladra o cão;
cá a televisão me prende e engana!