Ah! meus onze barcos,
meus vorazes dedos
desejam tocar-te os contornos.
Estórias de fins de tarde,
galeras que diviso tráz-terras...
Poder estar aqui e ser,
onde mais ir buscar raios, rios
e céus estrelados!
Meus olhos são espectadores ávidos
de teus espetáculos cinéticos.
minha boca se diz-terra
em seus sonoros hábitos
e pasma boqui-aberta.
Quantas pinceladas de luz,
cor e movimento,
dás a tela de minh'alma.
E risos pasmos,
lágrimas no mais fundo de mim!
Ah! minha galera traz-os montes,
as sete portas que te guardam,
são os sonhos que trancei,
olhando dentro de mim,
vendo-te em túneis, tonéis
e arrebentações.