quero a nascente da água
com suas ondas e frutos
seu largo espelho de águas claras
sua larga margem cheia de frutos
quero a vida aberta em ângulo reto
para que possa mirar-me na hipotenusa
quero a larga amplidão do mistério
sentir em mim que a morte não é medusa
quero apascentar as ovelhas do meu tédio
colhendo da horta minhas próprias verduras
quero queimar a fogueira deste inverno
recriando em mim uma árvore sem nervuras