Não abra a janela
Deixe o vento lá fora
O suicídio hoje me atrai
Nunca o entendi
E até chamei tantos de covardes
A arma lúcida me faz o apelo
A mão trêmula dotada de razão hesita
Os deuses me esquecem
(Quem chora sempre chora só)
A senhora sem cor sorri do meu desespero
(Inútil é o sentido da crueldade)
O crânio quente na superfície do cano frio
Nem mais uma lágrima de desespero
As balas são largadas sobre o chão frio
A arma esquece a missão
E o vento sopra da janela para o meu rosto.