O ônibus caminha para o São Cristóvão...
Em pé, sozinho a pensar... meio a gigantes...
Pós almoço ainda com fome, materializando o lanche da
creche
Meia banana, pão com manteiga, café c/ leite, escracho
e porrada para dormir...
Ficava horas a imaginar a ida e volta, a minha trilha no centro da cidade
Ver meu sonhado e impossível balão gigante, foram cinco
aniversários para
Descobrir algo tão desejado e impressionante...
Triste realidade, a pé, sozinho, longe de casa... Querer, querer
e não ter...
Notório é perceber o menino dentro de nós querendo
seu insignificante presente...
Meu balão estava por todas as ruas: Caetés, São
Paulo, Afonso Pena, Tamoios etc...
Grandes nomes, enormes edifícios...
Miséria, insulto e desespero sentia ao ver a ceguinha tocar
seu violão...
Vergonha, seu porta níqueis, sua marmita estava sem uma única
moeda...
Os olhos meus assemelham-se a um mar de brilho
E expressiva quantidade de água... Não tive o balão...
Mas consegui superar a cidade dos insensatos por cima da roda dos gigantes...