À MINHA MÃE
Mainha:
Nasci nua e chorando,
calei quando me colocaram sobre sua barriga.
Sorri!
Me vestiram para a vida
e dei os primeiros passos feliz,
até que me vi sozinha,
frustando a minha infância,
porque me separei do seu colo.
Aqui e ali, a cada dia,
fui vivendo a esperança
e sonhando com a sua cura ...
... mas você partiu ...
(me senti mais nua ainda)!
Chorei! chorei tanto! ...
mas segui a vida mancando,
sentindo a falta dos seus carinhos.
Meu pai foi bom
— (quantas vezes foi até mãe para mim)! —
Hoje, minha mãe, sou adulto
— (dizem que estou envelhecendo) —
mas continuo nua sem você.
Ah!!! eu não cresci,
sou aquela mesma criança!
Casei e sou feliz,
tenho amor, tenho tudo,
— (tenho até um filho) —
mas minhas lágrimas são infantis,
porque sinto saudades do seu útero!
Maria Susana Lopes Rheinschmitt
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