O odor das montanhas
Onde se ditam flores
De onde sobem arraias
De papel colorido.
Onde a noite relampejam
telúricos vagalumes.
Onde às tardes reluzem
eufóricas cigarras cantadoras.
Odor de capim
e de liberdade.
O perfume das estrelas
no pós meia-noite
Sob o açoite dos ventos
Beijando a lua vadia.
O odor da madrugada
pelas ruas rescendia.
o odor dos tempos
perdidos entre os homens.
O odor da paixão
profusa, confusa, bortada
Da face admirada
Do peito estranho.
O odor do mistério
adivinhado
O odor do passado
E o pressentido talvez
dos homens.
Transpirando esperanças.