SELVA URBANA
Sangue morno
ácido viscoso
nos olhos do dia
a pústula ardente
berra a todos
que possam ouvir
— queimem
almas infames
ávidos
predadores
esperam
espreitam
sedentos
não tarda
o destino
se esses tolos
alvos peitos
descobertos
soubessem
do niilismo em suas vidas...
não disputariam tanto
correriam menos
seriam mais felizes
fio de navalha
implacável
magnânimo
campo estéril
em sonhos juvenis
e na selva
disputa-se
caça e caçador
os dois perdem no final.
Ana Cristina Krüger
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